imagem: Emerson Luis de Souza
http://br.olhares.com/calendario_solar_asteca_foto2948182.html Antes do sol amanhecer as claridades, os dias seguiam-se os mesmos, previstos em horas e espaços, esbarrando nos comedimentos, nas sinalizações de desvios que apontavam sempre para o mesmo lugar...
Antes, haviam os desvios nas rampas dos jardins sonoros, um emaranhado de verde esculpido em sons que formavam a teia do desconhecido, mas os caminhos, todos desviados, apontavam sempre para o mesmo lugar...
E eu seguia pensando ser a mesma, certa das trilhas, grávida de descoberta, tateando mesmo que de longe, as paisagens emaranhadas que se revelavam pelos corredores barulhentos do querer, pelas janelas que impediam mas não disfarçavam o calor do outro espaço e que mostravam sempre para o mesmo lugar, aquela paisagem...
Quando o sol dilatou de vez, explodiu inteiro, inundou de sentidos dias e noites, as rotas antes só imaginadas, iluminou os porões do desconhecido, esquentou a morna distancia daqueles caminhos, preencheu de sutilezas, texturas, sabores e arrepios cada nota, num absurdo calendário de terças, quartas, quintas, segundas invertidas, dobradas, justas, sobrepostas, sortidas sonoridades que mesmo antes, muito antes desse sol amanhecer as claridades, apontavam sempre para o mesmo lugar...
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