foto: Jordanna Duarte - Porto Nacional/TO
meio braço de rio, formando lago, espelhos d'água na margem,
à margem,
nunca quase cristalina,
até quase nunca rasa,
impossível caminhar.
Deixando a margem, avançando água adentro,
galhos tombados, árvores gritando sufocadas,
pássaros sem pouso, sem folha verde, nem secas, todas alagadas.
Um boi pasta no ar.
Vê de longe o ruminar das águas.
Um galho que já foi seco,
passa torto,
boiando,
sem pressa
nem destino.
Ainda é calmo o rio alargando horizontes
para onde já não se vê e só se enxerga
cinza.
Sem barulho,
sem tumulto,
segue robustez debaixo da tarde,
desfazendo os marrons e
verdes e
quase vermelhos
ao redor
quase morri ai,
em cima da ponte,
pra baixo o rio,
um susto e não era sonho.
Não precisei acordar
pra saber-me viva.
(jordanna duarte®)
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